quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MUNDVS CABERNET SAUVIGNON 2005 - CHILE

Ah li muito sobre esse vinho, prometeram mundos de bouquet. Enfim, foram exatos 48,00 e o vinho tinha gosto de rolha, naum era ruim, nem estava estragado, um vinho fino de guarda, bem chileno característico mas com taninos um pouco marcantes, álcool lampejou no nariz. Tinha bom corpo, estrutura, uma identidade mesmo, lembrava um vinho antigo, cheiro de cave (rolha). É um vinho de grife, que só existe 2005, pelo que me lembro naum acompanhou nada muito especial de comida, é um vinho chique de guarda que merecia um bom prato que selasse um pouco os taninos. Mas minha impressão é de que ele já teria sido melhor, se aberto um ou dois anos antes.

Bem fiquei querendo sentir o bouquet, que até hoje apenas uma vez pude sentir e talvez por essa busca eu venha experimentando tantos vinhos, era um bordeaux vendido no carrefour, dos genéricos com um tigre na garrafa, uma faixa e um selo vermelho. E só uma garrafa abriu bouquet. É algo impressionante, o vinho ao abrir era intragavel, por isso ficou servido na taça por 1 hora e meia abandonado sobre a mesa ao lado do computador enquanto eu jogava. Eu só o olhava aquela taça e pensava em como naum queria sentir aquilo outra vez, pois então que queria beber algo e ali estava servido, insisti, no primeiro gole as formiguinhas caminharam por toda boca, inundaram cada canto, fazendo todo ar da boca ficar saturado pelo seu perfume, cheiros que e sabores que se alteravam como uma aquarela de cores, sons, formatos na forma de sabores. Fiquei tentado a respirar aqueles vapores. Como o suco de uva poderia ter tantos sabores, percebendo na verdade que são sensações. Elas perduravam após o gole mais que ao estar na boca, na forma de vapores, aromas a essa altura eu ja percebia na expiração e tomava conta do ambiente, e como surgiram foram passando ao longo de uma hora de degustação, como numa sopa em que a superfície fica mais fria, o ar que o torna-lo maravilhoso o estava degenerando. O vinho da garrafa ja estava passando do ponto de bouquet à oxidado e se tornando algo ruim. Nesse dia, O VINHO me deu uma aula de enologia e me apresentou todas suas capacidades e limitações. Pois, comprei outra garrafa igual, esperando o mesmo resultado, e mais uma lição, ele era parecido, mas não evoluiu como o anterior, ficou do intragavel ao ruim sem abrir bouquet. Como dizem desses vinhos genericos, que podem vir de diversos fabricantes e são rotulados apenas como denominação de origem, mas não controlada e garantida, podendo ser de qualquer fabricante, uma mistura deles, apenas envasado na região. Acho que abri uma jóia. Se fosse certo o bouquet, pagaria 200,00 por outra(tinha custado em torno de 28,00). Aquelas sensações estarão sempre na memória, entretanto vinhos difíceis assim dependem de tantos fatores, safra, colheita, cepas e histórico de armazenagem, transporte, rolha, se foi mechido, luz, temperatura por que passou por toda vida, até a de ser servido, tempo de exposição ao ar, agitado ou apenas descansado, que resolvi buscar por vinhos mais faceis, que todas garrafas sejam parecidas, que tenham reprodutibilidade e deem segurança e garantia, entretanto, sem surprezas. Tenho a impressão que apenas o vinhos vermelhos possam apresentar tantos efeitos, com consistência. E pelo jeito os bordeaux são os mais propícios a isso.

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